12 agosto 2008

Antiquário

Hoje passei por um antiquário, estranha sensação.

As luzes do final da tarde refletiam as historias marcada nos tecidos das camisas penduradas, não sei quanto tempo fiquei ali parado, imaginando as historias vivas que eu ainda podia sentir naquele lugar.

Uma mulher alta de olhos misteriosos me chamou a atenção, parecia que sonhava por entre prateleiras repletas de baixelas e pratos de louça.

Cheguei mais perto para conseguir ver melhor o seu rosto, alguns sorrisos se revelavam, mas, logo terminavam contidos pelos seus lábios que queriam disfarçar seu conto em sonhos acordados.

O dono do lugar, um homem jovem, mas com um ar de cansado, mostrou-se a moça que se deliciava com jantares imaginários.

Demorou alguns momentos até ela perceber, acabou ficando atrapalhada com tal presença.

O homem ficou ali ao seu lado sem nada dizer, ela por sua vez, meio sem jeito, explicou seus sentimentos em palavras rápidas, dizendo que aquelas peças brancas fizeram parte de sua vida, parte de momentos que faziam seus olhos brilharem, mas que há muito tempo só era saudade.

Sem aviso, apresada ela saiu pela porta com a brisa que soprou levemente naquele momento, que confesso, provocou em mim certo arrepio.

Afastou-se levando sua historia em passos bem decididos e com um leve sorriso no rosto.

Até hoje lembro aquele sorriso de prazer e saudade.

Adilson


 


 


 


 


 


 

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