Velha Infância

Vitor Balan

Já fiz cosquinha no meu irmão só pra ele sorrir.

Já me queimei brincando com vela.

Já conversei com o espelho e com o travesseiro.

Já conheci as verdadeiras amizades, e as falsas também (fazer o que, faz parte da vida, não é mesmo)

Já brinquei de ser artista de tv.

Já brinquei na chuva.

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.

Já escrevi uma carta para mim mesmo.

Já confundi sentimentos.

Já disse eu te amo.

Já fiz juras de amor eterno.

Já aprendi em me contentar com a pura e simples amizade.

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.

Já chorei sozinho no chão do banheiro.

Já chorei de saudades.

Já caí da escada de bunda no chão.

Já sofri calado para fazer um amigo feliz.

Já me perdi, mas nunca desisti e sempre continue andando pelo desconhecido.

Já fiz muita gente que eu gosto chorar, também já fiz muita gente sorrir.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já aprendi a ouvir os mais velhos.

Já me apaixonei, e pensei que esse amor era para sempre, até descobrir que o para sempre, sempre acaba.

Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já decidi nunca mais me apaixonar, mas descobri que é impossível, pois sempre aparece aquela pessoa especial.

Já vi pessoas que gosto partirem, também vi muita gente legal chegando.

Já tomei banho de cachoeira.

Já fui em show de rock para ver uma das minhas bandas favoritas.

Já pensei no futuro e muitas vezes via o tempo passar sem olhar para o lado, sem prestar a atenção nas coisas ao meu redor.

Já aprendi muitas coisas e sei que ainda tenho muito a aprender, é por isso que vivemos, e a melhor forma de viver e viver feliz e fazer provar para todos que tudo valeu a pena.

Pois é com os erros que aprendemos, com os acertos que nos orgulhamos e com as experiências que vamos construindo o nosso caminho.